quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

(DES)OLHAR

..
.
Olhavas para ti
E vias
Em pânico
O tempo a escoar
Qual ampulheta
Meteórica
Sem vontade de parar
E não sabias
Desesperada
Que tecla tocar
Para refrear
A angústia premente
Que minava
Continuamente
A verdade instalada.
Se ponderasses
Para além do ego
Talvez notasses
Sem desatino
O fio de água
Cristalino
Que corria
Galgando a frágua
Para abraçar
Por inteiro
A razão do seu destino.
Então talvez pudesses serenar.
.
.

13 comentários:

  1. Não resisti Agostinho e... apeteceu-me (des)comentar:

    (Des)cobrir o verdadeiro sentido do (des)olhar
    passa por (des)vendar a tímida vontade
    de não querer parar...
    (Des)ligar o pensamento das angústias
    passa por (des)enlear os nós
    da sôfrega existência...
    (Des)encontrar segundos de serenidade
    passa por (des)multiplicar os desejos
    de tão destinado abraço...

    Se o teu poema permite (des)olhar, o meu comentário serve apenas para te (des)afiar a nunca deixares de poetizar!
    A tua escrita "parece" um fio de água cristalino que não pode deixar de correr, porque alimenta quem não consegue deixar de a ler!
    Lindíssimo, Agostinho!

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  2. Olá, amigo!
    Gosto muito de tentar desvendar os teus enigmas. Hoje parece-me que falas de alguém que olha muito para si mesmo e não repara na vida que decorre à sua volta. Será isso?
    Um abraço

    Olha lá, nas férias não queres aparecer aqui pelo Alentejo?

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  3. #JB,
    Sem mais palavras, lindíssimo comentário!

    #Jorge,
    Quando leste o poema ele passou a ser teu. Se tu fazes essa leitura...
    Quanto a ir ao Alentejo, já tenho planos para estas férias, mas obrigado pelo convite. Talvez na Primavera, quando os campos alentejanos se transfiguram...
    Um abraço

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  4. O poema exige uma leitura atenta.
    Eu volto.
    Abraço

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  5. Porque será que todos os dias tenho que visitar o seu blog? adoro ler tudo quanto escreve e tentar decifrar os seus enigmas... continue. Como já lhe disse, estou a aprender a ver a vida doutra maneira e talvez, ou com certeza, deixarei de ser tão revoltada com ela... dá autorização para ír imprimindo o que escreve, enquanto o seu Livro não é publicado?è que assim quando não me apetece vir à Net, leio, simplesmente.

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  6. Quanto ao poema de hoje "LINDO ... SUBLIME... UMA MENSAGEM BEM ELABORADA" ...

    Quando lhe digo que imprimindo vou ler, é para me concentrar nas suas mensagens, porque dependendo do estado de espirito, a leitura será sempre enriquecedora e uma terapia saudável, exigindo mesmo, muita atençao e concentração.
    Prometo que separo conforme a classificação que lhes atribui.

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  7. Este é mais um poema plurissignificativo, daqueles que fazem reflectir intensamente, no sentido de chegar à leitura plausível.
    Encontrei múltiplas, mas opto por esta: a vida é célere e o "tempo escoa" como uma ampulheta apressada.No entanto,essa realidade tem de ser aceite como uma coisa natural e de forma serena, porque esse é o nosso destino.Já dizia Ricardo Reis" Segue o teu destino/ rega as tuas plantas/ ama as tuas rosas/ o resto é a sombra de árvores alheias".

    PS. Se eu contasse todas as leituras que fiz do poema nunca mais acabava.

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  8. #Ana,
    Fico contente por apreciar o que escrevo.
    Imprima à vontade, tenho todo o gosto nisso.
    Obrigado por ser minha leitora.

    #Ibel,
    Tal como diz, essa é uma das possíveis leituras do poema.
    Espero que continue a visitar-me, os seus comentários enriquecem este blogue.
    Abraço.

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  9. Talvez o poema queira expressar o desatino de certos momentos acelerados,stressantes ou algumas situações de constrangimento, em que nos esquecemos de um fio de água cristalino que nos aguarda para nms apaziguar.

    LIA

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  10. JB,
    Voltei ao teu comentário e seleccionei:
    "(Des)encontrar segundos de serenidade
    passa por (des)multiplicar os desejos
    de tão destinado abraço..."
    Se me permites, retiro o (des) e leio:
    "Encontrar segundos de serenidade
    passa por multiplicar os desejos
    de tão destinado abraço...
    Palavras para quê?

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  11. Lia,
    Às vezes olho para um poema e deleito-me a tentar descortinar as possíveis leituras. Esse exercício conduz-me a viagens (im)possíveis, mas muito gratificantes.
    Obrigado pelo delicioso contributo.

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  12. É claro que podes (re)escrever e (re)comentar sempre! A tua caixa de comentários ainda fica mais cintilante e assim para além de nos deliciares com a tua escrita também o passas a fazer com a (re)escrita aos comentários!
    Passa a ser algo como... "O interior das Interioridades" ;)

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  13. Lindíssimo, AC...tu me falaste tão delicadamente sobre o meu "inventar poemas"! Volto aqui não só para retribuir a gentileza, mas para te dizer que esse espaço aqui já faz parte dos meus dias. Grande beijo!

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